Imagem editada Lobo news | Foto-Edilson Rodrigues Agencia-Senado | Foto-Antonio- Antonio Augusto/Secom/TSE | @JeffreyChiquini
Professor de Direito Penal afirma que prisão-relâmpago de Mauro Cid revela manobra para forçar delações e expõe esquema de intimidação judicial
Em entrevista ao canal AuriVerde, o advogado criminalista Jeffrey Chiquini, professor da Escola da Magistratura Federal do Paraná, denunciou uma suposta manobra judicial envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid. Segundo o jurista, a prisão e soltura do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorrida em questão de horas, configura um caso claro de tortura psicológica contra Mauro Cid.
Chiquini classificou a prisão como “ilegal e sem base jurídica sólida”, alegando que o motivo — favorecimento pessoal — é um crime de menor potencial ofensivo, passível até mesmo de punição com “cesta básica”.
Não se decreta prisão preventiva por um crime assim. Isso é uma armação, uma pressão ilegal para forçar uma delação que atenda aos interesses do sistema, declarou.
⚖️ Pressão psicológica e manipulação judicial
De acordo com o advogado, há um esforço institucional para coagir Mauro Cid a incriminar Bolsonaro e outras figuras ligadas ao governo anterior.
“Estão oferecendo a ele um acordo: entregar inocentes e ganhar uma pena leve. Mas já avisamos que depois de usá-lo, vão revogar a delação premiada. Ele será o único prejudicado”, alerta Chiquini.
Segundo ele, esse tipo de pressão configura tortura psicológica, violando os princípios constitucionais do devido processo legal. “Não é coincidência que no mesmo dia em que é preso, ele seja solto. Isso é recado do sistema: fale o que queremos ou vai pagar”, afirmou.
🔊 Vazamentos, chantagem e colapso do direito de defesa
Ainda segundo o advogado, os áudios vazados recentemente à revista Veja partem do próprio sistema jurídico como forma de chantagem pública. “É a forma mais cruel de coagir alguém: manipular, ameaçar e usar a opinião pública como ferramenta de pressão. A defesa de Mauro Cid está sendo ignorada. Isso é tortura institucionalizada”, completou.
Chiquini também relembrou o caso de Gilson Machado, preso sob acusação de tentar conseguir um passaporte português para Cid. “Muita gente foi envolvida nisso de maneira forçada. O objetivo é pressionar até o último fio da narrativa”, concluiu.