sáb. dez 13th, 2025
“Foto ilustrativa mostrando manchete sobre crítica aos abusos do STF após prisão de Bolsonaro”

📄 Coluna “A TV Não Mostra”
(Todas as declarações a seguir são atribuídas diretamente ao Gustavo Gayer, com base em pronunciamento gravado em áudio e vídeo. A íntegra do material acompanha esta publicação.)


A TV Não Mostra

Durante anos, parte expressiva da grande imprensa — especialmente o Grupo Globo — trabalhou para blindar decisões controversas do STF e para endossar, sem grandes questionamentos, a escalada de poder de Alexandre de Moraes. Porém, algo começou a mudar. E mudou justamente agora, quando Jair Bolsonaro já está preso.
A jornalista Malu Gaspar, conhecida por ser uma das principais vozes de defesa do ministro, publicou um texto no Globo que chamou atenção por um motivo simples: aquilo que ela agora critica foi exatamente o que muitos denunciaram durante anos — e que o próprio jornal minimizava, ignorava ou apresentava como “necessário”.

O ponto central não é o artigo em si, mas o timing. Por que só agora, depois da prisão de Bolsonaro, o Globo decide reconhecer que Moraes passou dos limites? Por que o debate sobre “voltar ao quadrado” surge justamente quando o objetivo político do Supremo — segundo críticos — já foi alcançado?

Esse descompasso é o que causa estranhamento.



Mudança de discurso repentina

No texto que viralizou nas redes, Malu Gaspar escreve que, “superado o golpismo”, seria hora de revisar os excessos cometidos pelo STF. Ela admite, com todas as letras, pontos graves que críticos alertavam desde 2019:

  • decisões tomadas sem ouvir o Ministério Público;
  • prisões preventivas prolongadas e sem acusação formal;
  • manobras regimentais para alterar julgamentos sensíveis;
  • extrapolação de competências constitucionais;
  • investigações conduzidas sem critérios claros.

Ou seja: tudo aquilo que foi tachado de “fake news”, “radicalismo” ou “teoria conspiratória” quando denunciado por parlamentares, juristas, jornalistas independentes e até ministros aposentados do próprio STF, agora aparece estampado num jornal que historicamente abafou essa pauta.

A questão é: por que antes não podia dizer?
Por que denunciar abusos era “golpismo” até semanas atrás — e hoje vira pauta editorial?



O monstro criado e o arrependimento tardio

A crítica que muitos fazem ao artigo de Malu Gaspar é justamente a contradição: o Globo ajudou a construir o ambiente que permitiu ao STF assumir um protagonismo inédito e, segundo especialistas, juridicamente questionável.
Agora, a mesma imprensa demonstra desconforto com a criatura que alimentou.

O recado implícito parece ser:
“O trabalho foi feito, Bolsonaro está preso; agora, por favor, ministro, recue.”

É como se, após anos defendendo decisões questionáveis, o jornal percebesse que o Poder Judiciário pode continuar avançando — e atingir, eventualmente, setores antes protegidos.



Admissão de abusos — mas sem assumir responsabilidade

O que fica claro no artigo é que o problema nunca foi desconhecimento. Não era ignorância. Era conveniência.
O STF ultrapassou limites? Sim.
A imprensa sabia? Sabia.
Mas enquanto as decisões atingiam adversários políticos e grupos específicos, havia silêncio. Agora que o cenário mudou, surgem cobranças por “equilíbrio” e “prudência”.

O debate trazido pela jornalista é importante — e legítimo. Mas ele chega tarde demais para:

  • presos provisórios que ficaram meses encarcerados sem denúncia;
  • pessoas que tiveram suas redes censuradas sem contraditório;
  • cidadãos monitorados por comentários de internet;
  • famílias destruídas por decisões que deveriam ser excepcionais, não rotineiras.

E chega tarde demais para o próprio país, que viveu uma escalada institucional sem paralelo desde a redemocratização.


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O recado que a Globo não explica

A grande pergunta permanece sem resposta:
por que só agora?

Se os abusos sempre existiram — e agora o Globo admite — por que a denúncia só aparece depois da prisão de Bolsonaro?

O que mudou?

  • O ambiente internacional, com críticas crescentes ao Judiciário brasileiro?
  • A postura de redes sociais globais que já não aceitam interferência?
  • O desgaste da imagem do STF nas pesquisas?
  • O temor de que a narrativa construída comece a ruir?

Nada disso é explicado no artigo.
Mas é impossível ignorar que a mudança de tom da velha imprensa não é coincidência: ela ocorre no momento em que o discurso oficial já cumpriu sua função — e agora precisa ser recalibrado.


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Conclusão

O artigo de Malu Gaspar é relevante. Mas ele revela muito mais sobre a mudança de narrativa do que sobre uma súbita preocupação democrática.
O que a TV não mostra — e o que a Globo não explica — é simples:
quando denunciar abusos era arriscado, eles se calaram; agora que o alvo está fora de jogo, começam a admitir o óbvio.



Nota da Redação

Esta matéria reproduz trechos originais de um áudio atribuído ao Deltan Dallagnol, amplamente divulgado em redes sociais e veículos independentes. O conteúdo foi transcrito e adaptado para fins jornalísticos, preservando a integridade das falas.

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