Em fala polêmica, Lula diz que os traficantes são vítimas dos usuários. Entenda por que, mesmo contraditório, o raciocínio é logicamente perfeito — e revela o que o sistema esconde.
📄 Coluna “A TV Não Mostra”
(Todas as declarações a seguir são atribuídas diretamente a Jeffrey Chiquini , em discurso gravado em vídeo. A íntegra do material acompanha esta publicação.)
Há momentos em que o improviso revela mais que mil discursos preparados. Lula, em uma de suas falas recentes, conseguiu unir lógica pura e contradição bruta na mesma frase. Disse, com a tranquilidade de quem acha que descobriu o Santo Graal:
“Os traficantes são vítimas dos usuários. O problema é o usuário, temos que combater os usuários.”
Eis o ponto: o raciocínio é perfeito — e insuportável para o próprio sistema que o sustenta. Porque, de fato, se não há quem consuma, o tráfico não prospera.
Mas se isso é verdade, por que o sistema trata o usuário como vítima e o traficante como vilão?
E mais: por que Lula, que defende a descriminalização do consumo, agora prega combater o consumidor?
A lógica simples que desmonta o discurso político
Vamos aplicar a lógica pura:
imagine que você abra um açougue numa cidade de vegetarianos.
Pode ter o melhor corte, o preço mais baixo e o freezer mais moderno — mas se ninguém come carne, você fecha as portas em um mês.
Simples assim.
Agora troque “açougue” por “boca de fumo”.
Se não há quem compre, não há quem venda.
Se o usuário deixa de consumir, o traficante desaparece.
Lula, sem perceber, acabou dizendo o óbvio — o mesmo óbvio que o sistema político, jurídico e midiático evita há décadas.
Porque admitir que o usuário sustenta o crime é romper a narrativa da “vítima social” que alimenta ONGs, pautas partidárias e discursos “progressistas”.
A genialidade acidental
É preciso reconhecer: Lula foi genial por um segundo.
Conseguiu formular uma tese que, se levada a sério, derrubaria boa parte da estrutura ideológica que o mantém no poder.
Mas foi também ingênuo e contraditório, porque esqueceu que quem mais consome — e quem mais o elege — faz parte da mesma classe que ele defende com unhas e dentes.
Ou seja: ao defender o combate ao usuário, Lula mirou o próprio eleitorado.
A ironia é que o ex-presidente, ao tentar justificar o injustificável, revelou a lógica que ninguém quer enfrentar.
A lógica do espelho: não existe traficante sem comprador, assim como não existe corrupção sem corruptor.
O usuário: o elo invisível que o Estado não quer enxergar
O discurso politicamente correto transformou o usuário em “doente”, “dependente químico”, “vítima do sistema”.
É claro que há casos de dependência severa que exigem tratamento — mas a generalização virou ferramenta de impunidade.
O consumidor que financia o tráfico é o mesmo que alimenta o ciclo de violência, de corrupção policial e de poder paralelo nas favelas.
Mas punir o usuário é politicamente perigoso.
Seria admitir que a elite universitária que fuma maconha, o artista que “experimenta”, o empresário que cheira cocaína no fim de semana, também fazem parte do mesmo sistema criminoso que eles fingem condenar.
Conclusão: o discurso que desmonta o próprio mito
Ao dizer que os traficantes são vítimas dos usuários, Lula deu um nó na própria narrativa.
Foi sincero — e por isso, desastroso.
Porque, pela primeira vez, tocou na ferida real: o tráfico não sobrevive de fuzis, mas de fregueses.
E enquanto o Estado continuar tratando o consumidor como “vítima social” e não como cúmplice econômico, o crime seguirá firme, abastecido e lucrativo.
Afinal, o traficante não tem um comércio — ele tem um mercado fiel, protegido pela hipocrisia estatal e pela ideologia conveniente.
Nota da Redação:
Esta matéria reproduz trechos originais de um áudio atribuído ao Jeffrey Chiquini, amplamente divulgado em redes sociais e veículos independentes. O conteúdo foi transcrito e adaptado para fins jornalísticos, preservando a integridade das falas.
🕵️♂️ Comprove a veracidade
A coluna “A TV Não Mostra“ incentiva o leitor a confirmar cada fato apresentado. Para assistir à análise completa e conferir as provas que sustentam esta investigação, acesse o canal oficial no YouTube e tire suas próprias conclusões.
