Luciano Huck chorou na TV pelos mortos na favela, mas pouco falou sobre os policiais que tombaram na operação. Veja a hipocrisia, assista ao vídeo do resgate do delegado ferido e tire suas conclusões.
Quando o moralismo de estúdio vira escolha política — e a favela paga a conta
📄 Coluna “A TV Não Mostra”
(Todas as declarações a seguir são atribuídas diretamente ao Gustavo Gayer, em discurso gravado em vídeo. A íntegra do material acompanha esta publicação.)
A emoção de estúdio e o silêncio pela vida real
Luciano Huck subiu ao palanque televisivo fazendo aquilo que faz de melhor: transformar drama alheio em quadro, emoção em audiência. O que se viu no programa foi a personificação do jornalismo de almofada — um apresentador de carro blindado, escolta armada e roteiro pronto a “sentir” a dor alheia por três minutos, enquanto decisões concretas e políticas reais continuam ausentes.
No fundo, a postura do apresentador encena um problema maior: é possível ter compaixão em estúdio e, ao mesmo tempo, permanecer mudo diante do custo humano real do crime? Por que a enorme tragédia que atingiu o Rio — e que muitos chamam de uma das maiores operações contra o narcotráfico — merece atenção completa, não apenas o choro calculado que vira cena de TV?

O grito da favela e o discurso seletivo
A favela grita por segurança, e a maioria da população — segundo pesquisas citadas nos últimos dias — apoia ações firmes contra as facções. Huck, no entanto, insiste em uma narrativa que transforma o favelado em objeto de espetáculo e o bandido em personagem complexo, quase inofensivo, quando isso serve ao roteiro.
O problema real não é só a operação em si, mas a seletividade do debate: as mortes de civis, as mães que enterram filhos e, sim, os policiais que caem em serviço — esses temas são parte do custo que a população paga por anos de omissão do Estado. Se o apresentador pretende “falar por eles”, que fale por todos — inclusive pelos que deram a vida na linha de frente.
O que Huck disse — e o que faltou
No bloco do programa, Huck tentou poetizar a tragédia, sugerindo que a violência seria uma espécie de reflexo que exige compreensão. Nada contra entender causas sociais — é necessário. O problema é quando a compreensão vira desculpa e a desculpa vira jamais exigir responsabilidades.
Faltou, no discurso, menção clara e pública aos policiais mortos que atuaram na operação. Faltou empatia pela família desses servidores. Faltou, acima de tudo, uma posição sobre a necessidade de fortalecer inteligência policial, dar suporte às investigações e proteger quem enfrenta o perigo de frente.
Veja o resgate na íntegra
“Resgate em vídeo: o delegado ferido e o custo humano da operação — assista à íntegra”.
o material que mostra, em imagens não editadas, a ação dos policiais salvando um delegado gravemente ferido (relatos indicam amputação de membro) e documentos que comprovam a morte de agentes durante a operação. Esse vídeo é o ponto de confronto entre imagem pública e realidade: enquanto Huck teatraliza, o vídeo mostra sangue, suor e sacrifício real.
Hipocrisia seletiva: por que a plateia não vê o preço real?
Há algo grotesco em assistir a um apresentador com segurança total — carro blindado, escolta — ironizar quem vive sem escolta e pedir “compreensão” para quem mata. A hipocrisia aparece quando o moralismo da tribuna ignora a dor dos que perdem a vida defendendo o resto da cidade.
Se o discurso da esquerda ou da mídia progressista é criticar excesso policial, perfeito: que se critique com dados, propostas e fiscalização. Mas quem romantiza o crime ou relativiza homicídio e atentado convence pouco quando as vítimas estão concretas: mães, pais e policiais que não voltarão pra casa.

Conclusão: escolher lado é exercitar responsabilidade
A pergunta que a coluna deixa é direta: de que lado está Luciano Huck?
Se sua postura é apenas emocional, sem proposta, sem exigência de responsabilidades e sem voz pelos mortos — inclusive pelos policiais — então seu gesto público vira espetáculo. E o espetáculo, quando custa vidas, é indecente.
A favela precisa de oportunidades, escolas e saneamento. Não se constrói futuro apenas com câmera, estardalhaço e convidados pagos. A segurança precisa de coordenação real, inteligência, apoio federal e punição exemplar aos criminosos. E a sociedade precisa decidir: vai aplaudir quem só chora em estúdio — ou vai cobrar medidas que salvem vidas?
Nota da Redação:
Esta matéria reproduz trechos originais de um áudio atribuído ao Gustavo Gayer, amplamente divulgado em redes sociais e veículos independentes. O conteúdo foi transcrito e adaptado para fins jornalísticos, preservando a integridade das falas.
