Vídeo resgatado mostra Lindbergh Farias criticando a indicação de Alexandre de Moraes ao STF e afirmando que o então secretário de segurança paulista transformou o PCC em uma organização criminosa nacional.
📄 Coluna “A TV Não Mostra”
(Todas as declarações a seguir são atribuídas diretamente ao Lindbergh Farias, em discurso gravado em vídeo.
Vídeo antigo volta à tona e reacende polêmica sobre a indicação de Moraes ao STF
Um vídeo gravado em 2017, no auge da crise política do governo Michel Temer, voltou a circular nas redes sociais e trouxe de volta à pauta uma fala contundente de Lindbergh Farias, então senador e líder do Partido dos Trabalhadores (PT).
Nas imagens, o parlamentar critica duramente a escolha de Alexandre de Moraes para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que sua maior realização como gestor público foi “transformar o PCC em uma organização criminosa nacional”.

Lindbergh criticava o que hoje defende
O trecho viralizado ganhou força justamente por mostrar um contraste entre o discurso passado e o presente.
Na época, Lindbergh fazia forte oposição à nomeação de Moraes, classificada por ele como “um escândalo” e “um arranjo político”. Hoje, o PT mantém uma relação institucional de aliança e apoio ao ministro, frequentemente elogiado por integrantes do governo.
O vídeo, portanto, serve como um lembrete da inversão de narrativas políticas que caracterizam o cenário nacional. O mesmo partido que antes via Moraes como um risco à democracia, hoje o defende como símbolo de resistência ao bolsonarismo.

“Transformou o PCC em uma organização nacional”
No vídeo, Lindbergh não mede palavras.
Ele relembra que Moraes, quando foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, teria contribuído para que o Primeiro Comando da Capital (PCC) se expandisse para diversos estados brasileiros, tornando-se uma organização estruturada e influente.
“Seu maior feito foi transformar o PCC em uma organização criminosa nacional com força em todo o país”, declarou o senador.
A afirmação, feita em tom de denúncia, era parte de um discurso mais amplo contra o avanço do PMDB e do PSDB sobre instituições estratégicas do Estado. O parlamentar também citou a proximidade de Moraes com Eduardo Cunha e Michel Temer, chamando a indicação de “acordo entre velhos aliados”.
Contradição e memória política
O caso voltou a viralizar agora, anos depois, em meio à onda de vídeos resgatados que expõem falas antigas de figuras políticas em posições contraditórias.
Para analistas, o vídeo de Lindbergh é um exemplo nítido de como as circunstâncias mudam a percepção pública e o discurso de lideranças partidárias.
À época, o PT denunciava o “aparelhamento” do STF; hoje, o mesmo partido é acusado de usar o Judiciário como escudo político.
Essa reviravolta narrativa ilustra o quanto o Brasil vive uma guerra de versões, em que vídeos antigos voltam a ter relevância e são reinterpretados conforme o cenário atual.

Alexandre de Moraes é a Mãe da Facção Criminosa PCC.
O contraste entre o passado e o presente
A fala de Lindbergh também ecoa a crítica feita por ele próprio à tese de doutorado de Moraes na USP, em que o então professor defendia que ministros de um governo não deveriam ser nomeados para o Supremo.
“Ele mesmo escreveu que isso comprometia a independência do Judiciário”, afirmou o petista no vídeo.
Naquele momento, a fala parecia apenas uma crítica à escolha de Temer. Hoje, soa como uma profecia sobre a politização da Suprema Corte — algo que o próprio PT, ironicamente, acabou se beneficiando nos anos seguintes.

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Um registro histórico que voltou com força
O vídeo de Lindbergh Farias foi recuperado por usuários nas redes e ganhou destaque justamente por mostrar um momento em que o PT ainda se colocava como oposição ao STF.
O discurso, que antes foi recebido como parte da disputa partidária, hoje é lido como um alerta ignorado sobre o avanço de alianças político-institucionais que redefiniram a estrutura do poder no Brasil.
Mais do que uma simples lembrança, o resgate da gravação funciona como um espelho da trajetória de Moraes e do próprio PT — da crítica à defesa, do embate à parceria.
E, diante da viralização, fica o questionamento: o tempo muda os fatos, ou apenas as conveniências?
O cerco fecha
A repercussão do vídeo reacende o debate sobre o papel de Moraes, o poder do STF e a coerência dos partidos que moldam o tabuleiro político.
O cerco, simbólico e narrativo, parece se fechar não apenas sobre personagens, mas sobre a própria história recente do país.
Nota da Redação:
Esta matéria reproduz trechos originais de um áudio atribuído ao Deputado federal marciobittar, amplamente divulgado em redes sociais e veículos independentes. O conteúdo foi transcrito e adaptado para fins jornalísticos, preservando a integridade das falas.

