Após 31 jogos invictos, técnico rubro-negro sofre primeira derrota no comando e desperta nova expectativa: como será sua resposta diante da adversidade?
O dia 9 ficará marcado como a primeira mancha no currículo quase impecável de Filipe Luís à frente do Flamengo. Após 31 jogos invictos, o técnico — ex-lateral multicampeão pelo clube e pela seleção — conheceu sua primeira derrota como treinador, em pleno Maracanã, diante do Central Córdoba, por 2 a 1, em duelo válido pela Libertadores.

A queda não veio por acaso. Ao optar por preservar titulares como Gerson, Pulgar e Wesley, Filipe mexeu na espinha dorsal de um time que vinha embalado. O resultado foi um Flamengo irreconhecível: espaçado, lento e pouco agressivo. O adversário, por sua vez, aproveitou bem os espaços e as falhas defensivas — algo raro até aqui sob o comando do técnico estreante.
Mas antes de qualquer julgamento apressado, é preciso considerar o todo. Filipe Luís chegou ao comando do time em outubro. Desde então, colecionou títulos — Copa do Brasil, Supercopa do Brasil, Campeonato Carioca — e construiu uma série invicta de 27 partidas, algo que poucos treinadores conseguiram na história recente do clube. Jorge Jesus, em 2019, por exemplo, atingiu 29.
Esse tipo de tropeço é quase inevitável no futebol. O importante agora será observar a resposta do grupo. Como o elenco irá reagir? Como o técnico vai administrar a pressão, que só cresce quando se está no topo? Para um treinador ainda em início de carreira, Filipe mostra maturidade, serenidade e compreensão tática acima da média.
Diante de um calendário apertado, elenco estrelado e exigência constante da torcida, o desafio de Filipe Luís vai além do campo: é manter o Flamengo competitivo sem perder a identidade de jogo que o torcedor já aprendeu a admirar. Se a derrota para o Central Córdoba foi o primeiro tombo, a resposta será o que definirá o tamanho real de seu comando.
Porque um grande técnico, como se sabe, não se mede apenas pelas vitórias — mas sobretudo por como se levanta após uma derrota.