qua. dez 17th, 2025
Cissa Guimarães em evento público enquanto críticas sobre Lei Rouanet e anistia repercutem nas redes sociais


Quando o discurso confortável ignora a realidade do país

Enquanto parte do Brasil debate anistia, abusos institucionais e a situação de presos políticos, declarações recentes atribuídas à apresentadora Cissa Guimarães reacenderam críticas nas redes sociais. Para uma internauta que teve sua fala amplamente compartilhada, há um distanciamento cada vez mais evidente entre artistas beneficiados por estruturas estatais e a realidade enfrentada pelo povo comum.

Segundo essa internauta, o problema não é apenas a posição política assumida, mas a postura de normalidade diante de um país em crise, onde temas sensíveis são tratados de forma seletiva — ou simplesmente ignorados.


Lei Rouanet, privilégios e silêncio seletivo

Na avaliação da internauta, é fácil adotar discursos duros contra a anistia quando se está protegido por contratos milionários, visibilidade garantida e benefícios indiretos do Estado. Ela sustenta que artistas ligados à grande mídia vivem uma realidade paralela, sustentada por recursos públicos, enquanto cobram sacrifícios e resignação do restante da população.

Segundo essa leitura crítica, a Lei Rouanet passa a ter mais peso do que pautas humanitárias, como a situação de famílias afetadas por prisões prolongadas, processos controversos e decisões judiciais questionadas por juristas e parlamentares.

A internauta aponta ainda que esse comportamento não seria isolado, mas parte de um padrão recorrente: quando o vento político muda, parte do meio artístico muda junto, sempre alinhado a quem detém o poder e o financiamento.


Feminicídio: discurso simbólico ou debate honesto?

Outro ponto que gerou forte reação foi a associação, feita em discursos públicos, entre o aumento do feminicídio e figuras políticas específicas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Para a internauta, essa narrativa seria não apenas injusta, mas desonesta.

Segundo ela, os dados de violência contra a mulher continuam alarmantes mesmo sob governos que se apresentam como defensores das pautas femininas. Ainda assim, a culpa seria direcionada seletivamente, enquanto decisões políticas concretas — como votos contrários a penas mais duras para crimes sexuais, combate às facções e restrições a benefícios penais — raramente entram no debate público.

Na visão expressa pela internauta, usar o feminicídio como bandeira retórica sem enfrentar as causas estruturais da violência seria uma forma de esvaziar o tema e instrumentalizar o sofrimento real de milhares de mulheres.


O silêncio diante de escândalos e abusos

A crítica se estende ao silêncio de artistas e formadores de opinião sobre outros temas sensíveis: escândalos financeiros, denúncias envolvendo instituições públicas, decisões monocráticas controversas e a concentração de poder no Judiciário.

Segundo a internauta, não há mobilização artística para protestar contra casos como fraudes, denúncias envolvendo grandes bancos, restrições à liberdade de expressão ou investigações que nunca avançam. O engajamento, segundo ela, surge apenas quando o discurso é seguro, socialmente aceito e não ameaça privilégios.


Anistia e coerência política

Um dos trechos mais compartilhados da fala critica o que foi chamado de “paradoxo brasileiro”: pessoas que foram beneficiadas por anistias no passado hoje se posicionam contra qualquer debate semelhante. Para a internauta, isso revela uma incoerência moral e histórica.

Ela argumenta que a anistia, para além de ideologias, sempre foi usada como instrumento de pacificação nacional, e que demonizar o tema sem debate profundo contribui para a radicalização e o afastamento entre sociedade e instituições.


O recado das redes: o povo observa

A repercussão do vídeo mostra que parte do público já não aceita discursos prontos, especialmente quando vindos de figuras públicas desconectadas da vida real. A crítica não se limita a uma artista específica, mas a um modelo de atuação política confortável, sustentado por privilégios e blindado de consequências.

Segundo a internauta, o povo observa, compara e cobra coerência. Fingir normalidade, enquanto problemas graves se acumulam, pode funcionar por um tempo — mas não indefinidamente.



Nota da Redação

A presente coluna é construída a partir de falas e interpretações atribuídas a uma internauta, conforme áudio disponibilizado nesta matéria. O espaço segue aberto para manifestação de todos os envolvidos.


VIDALL

By VIDALL

Diretor do portal de notícias Lobo News Information Brasil, é jornalista (reg. MTb), ator profissional (SATED), produtor e diretor do documentário “SOS Homem do Mar” (2011). Atua na interseção entre jornalismo, arte e produção de conteúdo com viés autoral e social.

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