Desabafo viral cobra posicionamento de figuras públicas negras da esquerda e reacende debate sobre seletividade moral, privilégio cultural e racismo no discurso político.
🗣️A Coluna “”Boca do Povo”
(Todas as declarações a seguir são atribuídas diretamente ao cidadão, em discurso gravado em vídeo. A íntegra do material acompanha esta publicação.)
O gatilho: “E ainda negro!”
A frase “E ainda negro!”, atribuída a Lula, detonou um desabafo contundente de um cidadão negro que ganhou tração nas redes. Sem rodeios, ele afirma que houve um ato de racismo e quer ver artistas negros da esquerda reagirem publicamente. Para ele, silêncio diante de um ataque racial — vindo de qualquer autoridade — é inaceitável.
“Cadê vocês?”
No vídeo, o cidadão chama nominalmente Mano Brown, Lázaro Ramos e Taís Araújo, além de outras celebridades. “Vocês não vão falar nada?” — questiona, lembrando versos de Negro Drama para cobrar coerência entre obra e postura pública. O tom é de cobrança direta: quem tem voz e influência deve se posicionar quando a pauta é racismo.
Silêncio que incomoda
O núcleo do desabafo é simples: o silêncio também comunica. Para o cidadão, quando influentes se calam, passa-se a impressão de que a pauta racial vale apenas quando não contraria o campo político de preferência. A crítica, portanto, não é só a indivíduos; é à seletividade moral de parte do debate público.
A Lei Rouanet no centro da polêmica
Outro ponto duro do discurso mira o sistema de fomento cultural. O cidadão sustenta que beneficiários da Lei Rouanet evitariam atritos com o poder para preservar privilégios e patrocínios. Ele acusa uma “dependência confortável” que, em sua visão, desestimularia o enfrentamento de falas e atitudes racistas quando partem “do lado aliado”. Trata-se de uma opinião crítica — e como tal deve ser lida: o argumento pede transparência, prestação de contas e coragem para criticar o que estiver errado, venha de onde vier.
Coerência como medida
A força do vídeo está no apelo à coerência. Se artistas e comunicadores pautam a luta antirracista, diz o cidadão, não podem relativizá-la em nome de conveniências políticas. O recado atinge também formadores de opinião, influenciadores e setores da imprensa que, segundo ele, teriam blindagem seletiva a figuras do poder.
A fronteira entre crítica e ataque
O desabafo é duro e, por vezes, ácido. Há termos fortes sobre “virar as costas” e “boquinhas”. Cabe registro: opinião apaixonada não dispensa responsabilidade. A crítica legítima à omissão não autoriza linchamento moral. O que se pede — e faz sentido numa democracia — é posicionamento público claro quando a pauta é racismo. Nesse ponto, a fala do cidadão ecoa uma exigência justa: princípios acima de alianças.
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O debate que fica
O episódio reabre um debate incômodo: quando a política entra, a pauta racial sai de cena? A resposta não pode depender de quem falou, mas do conteúdo do que foi dito. Se a frase é racista, exige repúdio — ponto. Se não é, exige explicação. Em ambos os casos, o silêncio prolongado de quem sempre cobrou voz ativa cobra seu preço.
Espaço ao contraditório
Esta coluna reproduz e analisa o teor do desabafo do cidadão. Os nomes citados têm direito pleno ao contraditório. O espaço permanece aberto para manifestações, esclarecimentos e respostas públicas de todos os envolvidos.
Nota da Redação:
Esta matéria reproduz trechos originais de um áudio atribuído ao cidadão, amplamente divulgado em redes sociais e veículos independentes. O conteúdo foi transcrito e adaptado para fins jornalísticos, preservando a integridade das falas.