Empresa de mineração de bitcoin, fundada em parceria com Eric e Donald Trump Jr., vai abrir capital via fusão com a Gryphon Digital Mining e negociar sob o código ABTC.
A American Bitcoin, empresa de mineração de criptomoedas criada em parceria com Eric Trump e Donald Trump Jr., filhos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que deve iniciar suas negociações na Nasdaq no início de setembro. A expectativa é de que a companhia, que já atraiu grandes investidores do setor, comece a operar sob o código ABTC, fortalecendo a presença de grupos ligados à política americana no mercado global de ativos digitais.
O anúncio foi feito durante a conferência Bitcoin Asia, em Hong Kong, pelo CEO da Hut 8, Asher Genoot. A Hut 8 é a maior investidora da American Bitcoin, com participação de 80% na empresa. De acordo com Genoot, a abertura de capital será viabilizada por meio de uma fusão com a Gryphon Digital Mining, em uma operação all-stock (100% em ações).
Após a fusão, Eric Trump, Donald Trump Jr. e a própria Hut 8 deterão 98% da nova entidade, que manterá o nome American Bitcoin. A estratégia evita o caminho tradicional de IPO (Oferta Pública Inicial) e, segundo o executivo, garante mais flexibilidade para captar recursos e expandir os negócios.

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Genoot destacou ainda que os irmãos Tyler e Cameron Winklevoss, fundadores da exchange Gemini, também aportaram recursos na empresa. Embora os valores não tenham sido revelados, o envolvimento dos irmãos é visto como mais um reforço de peso para o posicionamento da American Bitcoin no setor. A corretora Gemini, no entanto, não comentou oficialmente sobre a participação.
Fundada em março de 2025, a mineradora se apresenta como uma operação dedicada exclusivamente ao bitcoin, com foco em eficiência energética e otimização dos custos. Seu modelo de negócio prevê tanto a mineração direta das criptomoedas quanto a compra no mercado, optando pela modalidade que oferecer maior rentabilidade em cada cenário.
A Hut 8, parceira estratégica, também fornecerá infraestrutura de data centers e energia, consolidando uma integração entre mineração e tecnologia de hospedagem digital. “O objetivo é garantir uma operação robusta, capaz de gerar retornos consistentes mesmo em cenários de volatilidade do bitcoin”, explicou Genoot durante sua participação no evento.
Além da estreia nos Estados Unidos, a companhia já mira oportunidades de expansão internacional. O CEO afirmou que a American Bitcoin estuda aquisições e parcerias em países asiáticos, como Japão e Hong Kong, para acessar ativos públicos relacionados ao bitcoin em regiões onde investidores locais enfrentam dificuldades para comprar ações listadas em bolsas americanas.

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Apesar do entusiasmo, a entrada da família Trump no setor de criptomoedas tem gerado questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse. Críticos apontam que o envolvimento direto dos filhos do presidente em uma companhia privada pode levantar dúvidas sobre a separação entre interesses empresariais e decisões de governo.
A Casa Branca, entretanto, rejeitou as acusações. Segundo representantes oficiais, a American Bitcoin opera de forma independente e não mantém ligação com políticas públicas relacionadas a ativos digitais. Eric Trump, de acordo com Genoot, está focado exclusivamente em questões estratégicas da empresa, como gestão de sites de mineração, locação de infraestrutura e administração financeira.
A entrada da American Bitcoin na Nasdaq marca mais um capítulo da crescente institucionalização do setor de criptomoedas. Especialistas avaliam que, ao lado de grandes mineradoras e fundos, a companhia pode se tornar uma das protagonistas no mercado global de ativos digitais.
Para investidores, a estreia sob o símbolo ABTC será um teste importante sobre a capacidade da empresa de combinar prestígio político, capital robusto e eficiência operacional em um setor altamente competitivo. Se bem-sucedida, a American Bitcoin não apenas reforçará a conexão entre Wall Street e a mineração de criptomoedas, mas também consolidará a presença da família Trump em mais um segmento estratégico da economia americana.
Fonte: Reuters.com/Reportagem de Summer Zhen em Hong Kong/Reportagem adicional de Jiaxing Li.